Quem olhasse, veria apenas um quarto comum, mas não. Era uma máquina do tempo, um catalizador da imaginação. Em vez de cama, um tapete mágico e o que parecia um abajur, era o sol do seu universo, feito de prosa e verso, alimentando átomos de ideias e tornando vívidas suas criações.
Vez ou outra, alguma visita, prestando atenção nos detalhes, dizia, "Bonito seu quarto de leitura!". E ela sempre respondia marotamente, com um sorriso que todo leitor, cúmplice, conhece bem:
- Quarto? Ah, você quer dizer a minha Tardis, igual a do Doutor! - e ficava esperando a contra senha.
Os mais espertos sempre respondiam:
- Doutor quem?
Joakim Antonio
Imagem: Books by Huda2013