Cansados de esperar, pela luz no fim do túnel, colocamos a esperança em janelas para o céu. Joakim Antonio
Imagem: https://www.instagram.com/poetajoakimantonio
Em São Paulo / quando o trovão lamenta / As nuvens se abraçam / e a chuva pinta // Do elo frágil / entre o ar e o concreto / Na tela do céu / respingos de cinza //
Joakim Antonio
Imagem: By JoaKim https://www.instagram.com/poetajoakimantonio
Nuvens aglutinam-se. A antena, quase vira um cotonete, cortando o céu. No banho de sol, que teima em escaldar a manhã, tentamos sintonizar um pouco de chuva, mas ainda não há sinal.
Não se iluda, todo mundo pode voar. Basta não ter medo de correr e dar o salto preciso. Não nascemos pássaro, mas do lado dos que se recusam a caminhar, passaremos voando baixo.
Brincava de ver formas nas nuvens e de desenhar, unindo pontos das constelações. E quando não podia sair, usava um segredo antigo. Na fumaça do café, poeira de estrelas e toda as formas que pudesse imaginar.
Falamos do caos, amamos o caos e sabemos sobre toda sua força de transformação. Ele queima por dentro, mas quando se apresenta por fora, ele chega embutido num sorriso, limpando e virando sua vida de cabeça pra baixo, mas te levando acima. Como quem dissesse. Agora quero ver você não dar o salto!
Não é que a vida seja difícil. É que antigamente, não precisava entender tudo, e sim, do que estava fazendo, as principais regras. Lembrou-se que tudo era mais fácil. Bastava brincar de amarelinha, para chegar ao céu.
Fitou o céu o máximo que pode. Esperou o tempo mudar e o sol surgir, mas nada aconteceu. Resolveu então fabricar suas próprias cores, usando o que estivesse disponível às mãos. Agora, em dias nublados, pinta arco-íris e os ergue ao céus. Ninguém sabe ao certo se está mais alegre, mas muitos que passam ao seu lado, sorriem e dizem obrigado.