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quarta-feira

Espanto



Poesia nunca foi como o ar que se respira. 
Esse eu prendo por um momento. 
Ela é o primeiro olhar do dia. 
Da vida, ela é o espanto.

Joakim Antonio



Imagem: ...FriGht.....
by GreenEyesOfRain

terça-feira

Pedrinha



Tacar pedrinha

na janela do olhos. Esperando pra ver o brilho, bem de perto. Mas com cuidado, pra não quebrar a menina dos olhos e machucar o coração. Esquecer do tempo e ser surpreendido, coisa que parecia impossível e abraçar apertado, sem se conter, uma, duas vezes. Ah, que se dane, já foi mesmo, então três... mil, talvez. Para a alegria soltar-se em forma de sorrisos.

Tacar pedrinha, na janela do olhos e deixar rolar o momento, esse eterno hoje.

Joakim Antonio



Imagem: Allthatglittersisgold.
by JeanFan

O gato e a borboleta




A borboleta pousa suavemente e o gato não a espanta. A curiosidade move o momento em ambos. Ele nunca a observou antes. Ela nunca pousou e o olhou de perto. Um vento suave passa acariciando os dois, selando o momento de uma linda amizade, num poema além da vida. E nos momentos pelo mundo, causarão alegrias, mas nunca irão saber e nem precisam. Quem começa o poema e tampouco, quem o continua.


Joakim Antonio


Imagem: Perspective by m3gaarti5t

quarta-feira

Inspiração


Nunca gostou de desperdício. Ainda usava nankin e cada gota usada era aproveitada ao máximo. O papel canson aceitava suas linhas, em caligrafias antigas que quase não se via mais. Andava pelas ruas apreciando as frases nos muros, mas via alguns jatos de spray mal calculados e pensava em quantas linhas poderia escrever, com apenas aquele rastro fora de lugar. Lia bulas de remédio, instruções de aparelhos eletrônicos, composição e modo de usar, de materiais de limpeza  e calculava quantas palavras poderia economizar ao usar sinônimos e cortar partes que nem deveriam estar lá.

Andava fazendo anotações mentais o dia inteiro. Saía com ideias do chuveiro, criava um conto para a quase namorada no ônibus, elaborava crônicas humorística com as brincadeiras dos amigos da rua e poesias para as meninas do serviço, aliás, para todas outras mais. Aprendia novas habilidades, sem fugir da parte teórica, que lhe enchia a cabeça de mais ideias, mas também tirava um tempo ocioso para viajar nos livros, filmes e sonhar. Não deixava de frequentar a natureza em qualquer lugar que fosse, tanto a selvagem, como a domada, fora e dentro das pessoas.

Das coisas que viveu, junto dos seus amigos, só uma não compreendia. Aquele tal branco que alguns artistas temem tanto, mas também não era tonto, se um dia ele viesse, já tinha um Plano B. Não ia pedir que fosse embora, mas que sentasse ao seu lado, para ouvir a sua própria história e assim poder escrevê-lo.

Já tinha até um título, "Colorindo o que me deu!".


Joakim Antonio



Imagem: Inspiration in a bottle by The Unhype

sábado

Congelado



O inferno das palavras

é poder lhe trancar

num momento

de céu


Joakim Antonio


Imagem: Minutes like decades by Gothicnarcissus

quinta-feira

Boca no mundo


Há momento para tudo. De planejar, calar, e de colocar a boca no mundo. Dizer a que veio, sem medo, mesmo usando diversos clichês. Há também o grande momento, de anunciar às quatro direções, e a plenos pulmões, quem é você.



Joakim Antonio




Imagem: Voice by P0RG

domingo

Momento flor


Naquele dia ele apareceu sem avisar, parou no ar, dispensou o beijo, olhou-a nos olhos e deixou seu recado. O dia vibrou diferente e tudo se transformou, o frio parou, o sol apareceu, o sorriso ficou fácil e até agora ela ri, sem saber se quer ou não, voltar a crescer.

Joakim Antonio



Imagem: Kate and the Hummingbird by Solitairemiles

terça-feira

Mãos do tempo



Fortes, precisas
Suaves, amáveis
Envolvem, protegem
Seguram, salvam
Puxam, acariciam
Percorrem, acalentam
Aceleram, esquentam
Tomam, absorvem
Tornam-se, movem-se
Ritmadas, compassadas

No momento certo
Como o tempo

Joakim Antonio



Imagem: Time hands by Popix

quinta-feira

Doce momento



Um dia, minha mãe estava deitada na grama e me viu admirando as nuvens, então ela falou: "Filho, hoje irei lhe ensinar como levar uma nuvem para casa", então pegou uma pequena flor do campo e esticou o braço, até que tocasse de leve uma nuvem ao longe, que ficou como se fosse um algodão doce. Fiquei admirado e pensando, será que minha mãe é magica? Mas quando ela abaixou o braço eu disse: "Mas a nuvem continua lá". Ela riu e colocando sua mão quentinha no meu peito falou: "Não filho, aquela é outra nuvem, a que a mamãe pegou para você, estará para sempre aqui, no seu coração." Nesse momento eu tive certeza, minha mãe era uma fada!

Joakim Antonio
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