terça-feira

Calma ria



Tentavam lhe entender
mas não conseguiam

Peixes fora d'água
não entendem
calmaria

Conseguiam lhe ouvir
mas não acreditavam

Mergulhado na vida
sempre respondia
calma ria

Joakim Antonio


Imagem: By Frank Mckenna
Nikon D4S 1/4000s
f/2 35mm ISO 500

segunda-feira

Quietude vibrante


A quietude vem com o primeiro pingo de chuva. Chega desafiando o silêncio da calma. E mesmo vindo tempestade, não ruge e sim, semeia. Às vezes não só pingos d'água, mas também gelo ou areia e até pequenos ovos de insetos, agarrados às folhas, que rodopiam no ar e deixam-se cair, para ali estar.

E após o redemoinho de sementes, a própria vida acalma e o ar vibra paz.

Joakim Antonio


Imagem: By Levi XU
Nikon D810 1/4000s
f/8 90mm ISO 160

domingo

C'alma



Há calma
mas insiste
em voar

C'alma livre
sabe-se
encantar

Joakim Antonio


Imagem: By Breno Machado

sábado

Calma aí


É sempre bom andar com quem lhe mostra algo novo e o instiga a mudar. Mas é imprescindível que o mesmo que diz vá, porque é bom, seja o que diz, ao encontrar algo novo, "Calma aí, preciso testar isso antes."

Pratique o que prega!


Joakim Antonio



Imagem: By Ian Espinosa
Cefati, Alto Boquete, Panama

sexta-feira

Guerreiro - Povo do lobo


No povo do lobo, os guerreiros são conhecidos pelo seu magnetismo. Quando quer conquistar alguém, ele nunca toca no nome de outro guerreiro. Quando não expressa, ninguém conhece sua musa. E suas conversas são segredos entre dois. Primeiro por respeito, segundo porque não é menino, terceiro porque ele só precisa da sua palavra, para mostrar a que veio.

Joakim Antonio


Imagem: Wolfman by Mrs dracula

quinta-feira

Não há

 


Não há hora, palavra ou descrição, corretas. 

Certeza só do amor que a gente deixa.

Eterno é o amor que  ficou.


Joakim Antonio


Imagem: Sad by Virusoxo

quarta-feira

Inspiração


Nunca gostou de desperdício. Ainda usava nankin e cada gota usada era aproveitada ao máximo. O papel canson aceitava suas linhas, em caligrafias antigas que quase não se via mais. Andava pelas ruas apreciando as frases nos muros, mas via alguns jatos de spray mal calculados e pensava em quantas linhas poderia escrever, com apenas aquele rastro fora de lugar. Lia bulas de remédio, instruções de aparelhos eletrônicos, composição e modo de usar, de materiais de limpeza  e calculava quantas palavras poderia economizar ao usar sinônimos e cortar partes que nem deveriam estar lá.

Andava fazendo anotações mentais o dia inteiro. Saía com ideias do chuveiro, criava um conto para a quase namorada no ônibus, elaborava crônicas humorística com as brincadeiras dos amigos da rua e poesias para as meninas do serviço, aliás, para todas outras mais. Aprendia novas habilidades, sem fugir da parte teórica, que lhe enchia a cabeça de mais ideias, mas também tirava um tempo ocioso para viajar nos livros, filmes e sonhar. Não deixava de frequentar a natureza em qualquer lugar que fosse, tanto a selvagem, como a domada, fora e dentro das pessoas.

Das coisas que viveu, junto dos seus amigos, só uma não compreendia. Aquele tal branco que alguns artistas temem tanto, mas também não era tonto, se um dia ele viesse, já tinha um Plano B. Não ia pedir que fosse embora, mas que sentasse ao seu lado, para ouvir a sua própria história e assim poder escrevê-lo.

Já tinha até um título, "Colorindo o que me deu!".


Joakim Antonio



Imagem: Inspiration in a bottle by The Unhype
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