Boa noite!
Sabe aquela história, de que sua mãe fica cada vez mais sábia. Nada poderia ser mais verdade, quanto mais converso com os amigos, mais vejo que tudo em mim veio dela. Aquela senhorinha que veio no pau de arara e você chega em casa e está ouvindo um solo de guitarra na TV Cultura. Beata de carteirinha, zeladora da capelinha que passa de casa em casa, odeia ver notícias ruins na TV e sempre questionou quando o repórter fala, "Morreram apenas...", completando com, "Um só já é muito.".
Aquela senhorinha, sim porque ela nem tem um metro e meio de altura, que passou poucas e boas, no sertão nordestino, deixando-a com os cabelo brancos precoce, fazendo com que eu menino, brigasse com todo mundo dizendo, "Ela não é minha vó!".
Aquele mãe que divide em pedaços, até o mínimo pedaço, não importando que você diga que não quer, pois ficará guardado para depois. Que ajudou, enquanto pode, na lição de casa e que sempre assiste os jornais e documentários e diz, "Você sabia que.."
Aquela pessoa que outros me encontram e dizem, "Eu vi ela sozinha, coitadinha", mas que não para em casa, vai, volta e viaja, sempre com um sorriso no rosto e fazendo questão de ir sozinha, pois não quer nem pensar em ficar velha, pois "Velho é algo que você joga fora!".
Aquela mulher, que alguém me disse, que eu olho ela em outro patamar, mas como discordar, se o que mais quero é poder sempre conservar, como ela, um sorriso e, oxalá um dia, poder ter sua grande adaptabilidade e sabedoria.
Ass.: O filho da Dona Luzia (de preto)
(Esse texto estava em rascunho há anos, mas ao ler, o final fez par com o anterior, coisas da vida)