Bom dia!
Domingo conversando com um amigo, chega outro me pedindo um conselho. Achei estranho, pelo momento. Ele queria se adaptar mais fácil às coisas da vida, como disse que eu faço. Parei e analisei o momento atual. Disse-lhe que isso nem sempre é uma coisa boa. Talvez por uma criação de um povo sofrido do sertão, aprendi a tornar-se duro na queda, mesmo tendo sido doce. E não acho isso tão legal. Dá uma proteção sim, mas deixa algo no peito, como se o que se passou recentemente não fosse tão forte, o que não é verdade. A verdade é que aprendemos a aguentar as dores.
Depois ele revelou que tinha a ver com relacionamentos, dizendo que queria mudar seu jeito totalmente. Falei que talvez não fosse tão fácil e mais, talvez não valesse a pena. Contei como me adaptei a palavras suaves e sorrisos cantados, não apenas escrevendo, mas resolvendo que iria mudar para acompanhar aquela alegria. Eu poeta, palhaço, homem, menino. Me vi apenas menino. Pensei bem e lhe disse novamente, que talvez não valesse a pena. Pois um animal, sem qualquer de suas partes, fica aleijado.
Ele insistiu para saber o porquê, como, onde e quem, para entender perfeitamente minhas colocações. Mas lhe disse que não adiantava saber, nada disso e pior ainda, quem seria. Assim como mais pessoas, insistiram muito em saber. Essa parte eu não consigo deixar fora de mim, discrição. Aprendi que só a mulher tem poder para pedir, a parada e a ascensão do próprio nome. Ninguém mais. Mas consegui lhe dar o melhor conselho que me veio à mente.
Não deixe de ser você, sua essência sempre gritará depois, tanto pra não morrer, como para atender ao menor chamado dela. Ele ficou meio que sem entender e pediu uma melhor explicação. Então deixei quase explicita:
- Vocês dois lembram dos meus posts e tudo mais que passei certo? Por uma única vez, querendo o que chegou, relembrando desejos diretos da infância. Eu deixei o explícito de lado, evitando falar diretamente de sexo. Mesmo que estivesse implícito.
- Tá e daí, isso não quer dizer que daria certo do outro jeito né?
- Sim, mas no meu caso, sem falar disso, não dará certo nunca.
- Porquê?
- Sem a essência, até o menino morre!
(conversas de domingo, sem bebida, amigo que passou e pediu conselho e lembranças de "ganhos na loteria", despertas pelo Henrique, que me arrumou até um banquinho pra sentar, o dia inteiro quase)
Joakim Antonio
Imagem: Adaptability by PeteHamilton