Banhando-se

Há vários tipos de arte, uma delas é escrever. Escritas públicas, secretas, expostas e até inconfessáveis, para todos, menos pra quem é de direito. Aquele algo que você não consegue deixar de dizer, mas diz só pra ela. No meio disso, acaba tendo o bonito e o não tão bonito, mas que precisava ser dito. Pra liberar o peito, pra acalmar o juízo, pra não deixar de ser verdadeiro. Então algo se acerta por dentro e as palavras que vêm de volta, deixam tudo melhor. A vida muda bonito e no próximo escrito, há um novo eu.


Joakim Antonio

(banhando-se no rio)



Imagem: by Tyson Dudley
SONY ILCE-6000
50.0 mm f/1.8 1/1600 s ISO 125

Ígneo

Às vezes eu penso, por que não tenho silêncios e há mais imagens, na minha cabeça, do que estrelas no firmamento. Queria um dia, deixar as imagens diárias em algum banco de areia, desfazendo-se com o vento, como açúcar de confeiteiro indo ao chão. Mas aí eu penso, que bosta, pensei de novo. E elas vão se acumulando, esperando seu papel e criando vácuo, me iludindo por não propagarem-se no espaço, de um milésimo de segundo, até tomar conta de tudo. Alguns diriam que são estrelas, mas são pequenos grãos de letras, esperando a palavra fogo, pra se libertar.

Joakim Antonio


(com Imagens pipocando na mente)

Imagem: Nature of fire by igreeny.jpg